Quantcast
Channel: Brasilianas.Org - História, Brasileira
Viewing all articles
Browse latest Browse all 30

Gaston Colmette e o jornalismo que assassina reputações

$
0
0

Do Diário do Centro do Mundo

Como os franceses se livraram do jornalismo que assassina a reputação

Paulo Nogueira

Uma mulher insultada mudou sensacionalmente, há 100 anos, o caráter da imprensa francesa.

Os franceses se livraram de um tipo de jornalismo que assassina reputações de uma maneira drástica.

Em 1914, pouco antes da Guerra, o jornal conservador Fígaro vinha massacrando o ministro da Fazenda, Joseph Caillaux, de esquerda. Caillaux, para o jornal, era pacifista demais num momento em que a Alemanha flexionava seus músculos.

O Fígaro conseguira uma correspondência íntima de Caillaux dirigida a uma mulher da sociedade parisiense, Henriette.

Eram cartas em que se misturavam lascívia e inconfidências políticas, e datavam da época em que Caillaux e Henriette mantinham um caso clandestino.

Quando o Fígaro obteve as cartas, Caillaux e Henriette já eram marido e mulher, depois de cada qual se divorciar para viver plenamente seu amor.

O editor do Figaro, Gaston Colmette, era o jornalista mais poderoso da França.

Henriette queria que Joseph o desafiasse para um duelo para preservar a honra e a carreira. Mas depois teve uma segunda ideia.

Dirigiu-se à sede do jornal e pediu para ser recebida por Calmette, num final de dia. Um amigo de Calmette lhe recomendou que não a recebesse, dadas as circunstâncias da campanha movida contra o marido dela.

Mas Calmette era um francês, e respondeu que não poderia deixar de atender uma mulher sozinha.

Henriette tinha um véu na mão.

“Você sabe para que eu vim aqui, não?”, disse ela, segundo testemunhos. E então, sem perda de tempo, Henriette mostrou o que carregava embrulhado no lenço: uma Browning automática. Descarregou-a em Calmette. Quatro tiros acertaram seu peito, e o mataram em poucos minutos.

leia mais


Viewing all articles
Browse latest Browse all 30